quarta-feira

- Coisas para escrever -

Uma só mão no volante. Os olhos passavam do mar ao lado direito da estrada para a floresta do outro lado. O céu estava limpo e o sol brilhava mais do que o normal. Parou o carro no acostamento e desceu, correu em direção à água e deixou as ondas derrubarem seu corpo, a água salgada fez com que seus olhos ardessem um pouco quando abriu os olhos. Lembrou das pessoas que esperavam por ela, mas pouco importava, ela queria se sentir bem, queria sentir a liberdade do mar possuindo o corpo dela a cada mergulho, a cada onda. Caminhou em direção à areia e passou as mãos pelo cabelo para a água escorrer, sentou-se e fechou os olhos. Sentiu o cheiro da praia, da água, ela adorava tudo aquilo, aquela sensação. O celular tocou e ela não quis atender, queria ficar mais um pouco com ela mesma. Começou a correr na beira do mar e rir, queria que seus amigos estivessem alí, mas ao mesmo tempo queria ficar só. Sua roupa estava colada em seu corpo.
A roupa ja tinha secado e ela voltou para o carro, ligou o som no máximo e cantou, gritou, dançou no meio da estrada. Entrou no carro e voltou a dirigir, continuou a ir em direção ao seu destino. Acelerou, mas o carro, que não tinha um motor tão potente, não permitia uma velocidade muito alta, o que a deixava revoltada. Ela não conseguia mais ver a praia, agora era só floresta dos dois lados. Ela pensou na imensidão de animais que deviam existir ali, pensou em descer, mas também pensou nos perigos. Pensou no que iriam lhe dizer quando saísse do seu automóvel e contasse o porque da sua demora. A música ainda tocava e ela continuou a cantar feito uma louca até que a cidade começou a aparecer, ela queria voltar para a praia, queria continuar com seus pensamentos, continuar em contato com a liberdade. Estacionou o carro na porta da casa e entrou, estavam todos esperando por ela, preocupados. Ela subiu para seu quarto e ligou o computador, botou os fones no ouvido e ouviu a mesma música que ouvira durante a viagem. Aquela música fazia com que ela viajasse, lembrava de coisas que ela nunca tinha vivido, de coisas que ela queria viver, lembrava de coisas boas, de coisas para escrever.

4 comentários:

Anônimo disse...

Coisas boas pra escrever...é assim mesmo que acontece..e um acontecimento pra quem escreve não tem tamanho só precisa acontecer...não importa se vem da nostalgia da praia ou da solidão do quarto, o importante é nunca deixar de escrever.Nunca deixe de fazê-lo, pois sempre existirão "coisas para escrever...Belo conto cara!!!

Anônimo disse...

Bella total ¬¬ Tirando que se fosse a Bella, com certeza teria caido em algum canto ;P
Escrita foda-foda (não q se compare a mim é claro! u.u)
P.s.: Não estou gostando desse seu sucesso todo! ù.ú
AUSHUAHSUAS

Anônimo disse...

Adoreei!
Muito bom o conto mesmo!
Vou voltar seeempre!

Karen Escudero disse...

Cara, já te disse né, escreves bem pra caramba.
Bom... eh bem assim que as coisas acontecem, sei que é clichê.... mas a maior parte das vezes só nos arrependemos de coisas que nós não fizemos.
As vezes olho pra traz e penso... puxa poderia ter feito tantas coisas legais e não fiz... e agora não dá mais.
É isso aí... otimo texto pra refletir...
Beijão

ps:andei sumida, problemas tecnicos no computador :P