sexta-feira

- Antes do baile verde -

De pé em seu quarto decorava a fantasia
Enquanto seu pai a doença não admitia
Iria para o baile mesmo com o pai doente
Mas depois sentiria o peso em sua mente

Enquanto se pintava tentava se enganar
Dizendo para Lu "Ele não morrerá"
Colava as lantejoulas em seu saiote
Não esperava um ultimo suspiro, um beijo da morte

Um gole de wisque tomou
Lu em direção as escadas andou
Antes de sair, Tatisa olha para trás
Não mais o veria vivo, nunca mais.

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Tempinho sem postar né? Sem tempo³. Provas, provas, provas. Aí pintou um trab. de literatura de fazer um blog e escrever sobre o tema de um dos contos do livro "Venha ver o pôr do sol e outros contos". O meu foi "Antes do baile verde", aí a minha contribuição para o blog do trab. foi essa aí de cima!

segunda-feira

- Duas estações -

Inferno e Verão
As vezes me sinto cansado de morar aqui, de ter que aguentar o sol queimando minha pele enquanto eu ando em direção à casa do meu pai, de ter que sentir esse calor quase insuportável.
Queria morar em uma cidade tipo Forks, onde o sol não da às caras por um longo período, onde o calor é praticamente inexistente.
Gosto do frio, gosto que não haja sol, me sinto melhor em lugares com baixa temperatura, fico mais disposto, não sei.
Aqui onde eu moro é extremamente difícil um dia frio, um dia sem que o sol frite nossas cabeças. Claro que chove, mas não é sempre.
Ainda vou morar num lugar que chova quase todos os dias, que faça frio sempre. Sem sol, pelo menos que seja "um pouco menos" quente que Petrolina.
Eu até gosto um pouco de morar aqui, talvez seja por causa dos amigos, família -apesar dos meus amigos me darem mais forças que a família - mas um dia ainda vou correr pra bem longe, e de preferência para as temperaturas abaixo de 20ºC!!!
Ps.: Esses dias os calor está insuportável!!!

quarta-feira

- Coisas para escrever -

Uma só mão no volante. Os olhos passavam do mar ao lado direito da estrada para a floresta do outro lado. O céu estava limpo e o sol brilhava mais do que o normal. Parou o carro no acostamento e desceu, correu em direção à água e deixou as ondas derrubarem seu corpo, a água salgada fez com que seus olhos ardessem um pouco quando abriu os olhos. Lembrou das pessoas que esperavam por ela, mas pouco importava, ela queria se sentir bem, queria sentir a liberdade do mar possuindo o corpo dela a cada mergulho, a cada onda. Caminhou em direção à areia e passou as mãos pelo cabelo para a água escorrer, sentou-se e fechou os olhos. Sentiu o cheiro da praia, da água, ela adorava tudo aquilo, aquela sensação. O celular tocou e ela não quis atender, queria ficar mais um pouco com ela mesma. Começou a correr na beira do mar e rir, queria que seus amigos estivessem alí, mas ao mesmo tempo queria ficar só. Sua roupa estava colada em seu corpo.
A roupa ja tinha secado e ela voltou para o carro, ligou o som no máximo e cantou, gritou, dançou no meio da estrada. Entrou no carro e voltou a dirigir, continuou a ir em direção ao seu destino. Acelerou, mas o carro, que não tinha um motor tão potente, não permitia uma velocidade muito alta, o que a deixava revoltada. Ela não conseguia mais ver a praia, agora era só floresta dos dois lados. Ela pensou na imensidão de animais que deviam existir ali, pensou em descer, mas também pensou nos perigos. Pensou no que iriam lhe dizer quando saísse do seu automóvel e contasse o porque da sua demora. A música ainda tocava e ela continuou a cantar feito uma louca até que a cidade começou a aparecer, ela queria voltar para a praia, queria continuar com seus pensamentos, continuar em contato com a liberdade. Estacionou o carro na porta da casa e entrou, estavam todos esperando por ela, preocupados. Ela subiu para seu quarto e ligou o computador, botou os fones no ouvido e ouviu a mesma música que ouvira durante a viagem. Aquela música fazia com que ela viajasse, lembrava de coisas que ela nunca tinha vivido, de coisas que ela queria viver, lembrava de coisas boas, de coisas para escrever.

terça-feira

- Mordida -

Ela queria ser o seu vento, o seu mar
Algo quase impossível de ser explicar
Palavras que não podia escrever
Imagens que ele não podia ver
Ela queria ser a brisa que cobria seu corpo
Ela queria ser da sua boca o sopro
O reflexo na água cristalina
O chão, a luz, a cortina
Queria amá-lo sem parar
No seu coração a única música a tocar
Do seu céu queria ser a lua
Para seus pés queria ser a rua
Mas ela ja o tinha por toda a eternidade
Seu coração já era dela de verdade
Sua vida ja não era sem graça, amarela
Pois ela ja era dele e ele ja era dela

quarta-feira

- Caixa de música -

Com o violão nas mãos, Frank viajava ao ouvir o som de cada nota musical que partia das cordas ao serem tocadas por seus dedos. Ele não tocava nenhuma música, só batia a ponta dos dedos nas cordas marcadas com os dedos da outra mão e ouvia o seu som. Ele estava deitado em sua cama, como os olhos fechados e a janela aberta fazia com que o sol da tarde iluminasse seu quarto escuro. Cada acorde era com uma lembrança que se passava pela cabeça desse rapaz de 15 anos, cada compasso, cada ritmo, cada tom era uma sensação, um novo sentimento. Até que uma música invadiu o ambiente. "O rádio ligou só?" pensou Frank. A música era agressiva, viciante, contagiante, sutil e ao mesmo tempo passava uma sensação de tranquilidade e conforto. A luz do mini system não estava acesa e ele não entendia de onde a música saia. Ele percebeu de alguma forma que ja sabia a letra e cantou enquanto procurava o local de saída do som...
...E quando ele se olhou no espelho, do seu peito notas musicais saíam, o quarto estava cheio de dos, rés, mis que se batiam nas paredes e saíam pela janela. A música parecia ter ficado mais alta e um pouco mais agressiva. Era um som meio blues, soul, meio bossa nova e rock'n roll. Sim, ele ainda estava confuso, não podia entender. Botou a mão no peito e sentiu o coração pulsar. Foi quando ele entendeu que a música vinha de dentro dele e ele vinha de dentro da música, os dois (o coração e a música) tocavam e pulsavam no mesmo ritmo, com a mesma intensidade. Ele voltou para a cama e se sentou para aproveitar o momento, talvez único, fechou as janelas e deitou-se.
Quando a mãe abriu o quarto notas musicais espalharam-se por todos os cantos da casa, mas a música ja não tocava. Frank acabou sufocado pelas notas, mas morreu pelo que amava, pelo que sonhava: a música.

terça-feira

- Liberte-se -


1 lata de atum... ã?
Ah, é que eu escrevi no caderno de receitas da minha mãe...

Lets write:

Eu preciso abrir minhas asas e voar. Voar pra onde minha mente mandar, voar atrás dos meus sonhos e desejos. Não estou aguentando mais viver no meio de tanta gente diferente de mim. Todo mundo pensa diferente e eu penso mais diferente ainda. As pessoas com quem eu moro e convivo tooodos os dias se acomodam cada dia mais num mundo que elas acham que é realmente o mundo ( e isso me deixa cada vez mais irritado). Mas eu quero algo mais, descobrir além de "tudo" isso. Sair, procurar, lutar e conquistar meus sonhos e as realizações que eu busco para a minha vida.

Não quero depender de ninguém, não quero ter que implorar nada pra ninguém. O que eu mais quero é conseguir realizar pelo menos uma parte das coisas que eu venho planejando desde sempre. Enquando eu não posso abrir as asas e partir, eu planejo mais coisas que me farão acordar e sentir vontade de fazer o que farei no futuro. E só vou querer perto de mim os que me apoiam, os que me dão forças pra levantar e seguir à luta.

Eu nunca pensei, em nenhum momento, em desistir de realizar meus planos. Eu tenho que seguir meus passos mesmo que eles ainda não estejam marcados na areia.

- Não-Rotina -


Mais uma manhã de terça-feira e ele acordou ainda com sono. Tomou café e se vestiu para ir à escola. Era só mais um dia normal como todos os outros. Dentro da carro ele viajava dentro de suas lembranças e recordações de um passado um pouco distante que se entrelaçava com um mais próximo. Lembranças que o faziam sorrir e mover todos os músculos que o movimento permitia, recordações que o faziam mudar de expressão facial de segundo em segundo. Ao fundo Elvis cantava - a melodia o fazia viajar mais ainda. A música no carro se misturava com a fala dos personagens em sua cabeça e isso parecia a trilha sonora de um dos seus curtas.
A música parou, dando lugar a outra faixa do CD, ele despertou de suas lembranças e o carro parou na porta da escola. Mas a música continuavaa a tocar na sua memória:

"Love me tender, love me true..."

segunda-feira

- Livro -

"Ele riu e ficou me olhando enquanto eu dava mais uma espiada na torre. Não sei por que, mas ela me deixava triste, acho que é porque quando olhava para ela lembrava o tempo em que eu sonhava em viajar, o tempo em que eu morava com minha mãe e minhas irmãs que talvez eu nunca mais visse nessa minha nova vida. Eu estava com um sorriso estampado na cara, mas por dentro a tristeza me corroía segundo após segundo."


Trecho do livro que eu estou escrevendo com Monique. Ta parado faz algum tempo, até porque a gente não teve tempo de se juntar e reunir ideias, mas logo, logo vou ver se retomo as rédeas do projeto e sigo em frente! Esses dias quem sabe... mas provas chegando, aí lasca tudo!! Se bem que no fim de semana da pra dar uma retomada e escrever algumas págs., minha criatividade ta tão bondoza comigo esses dias!

- Deixe-me ir -

Andando pelo meio da rua
Eu posso ver alguma coisa do outro lado
Sim, eu quero ficar só
Mas somente por esta noite

Minha bebida está no fim
Eu não sei o que eu vou fazer
Quando a chuva começar a me molhar
Eu vi um lenço voando
Eu sei, é você
É você
Eu não posso dizer nada
Sobre você gritando
Eu não posso fazer nada mais
Sobre seus sentimentos
Só deixe-me ir
Pra comprar uma nova garrafa de whisky
Whisky, whisky

- No meio da aula -

Hoje eu me droguei e mesmo assim o sono bateu na aula de matemática. Será que nem a cafeína consegue segurar as minhas pálpebras? Fazia um tempão que eu não tomava café e essa manhã eu resolvi tomar pra ver se me deixava acordado, funcionou até agora (eu tava na sala de aula).
Detesto café mais não tinha outra solução.
Essa noite eu quase não dormi por causa de um novo vício que vem me perturbando toda vez que eu fecho os olhos. Tudo em que eu pensava ou que tentava nem pensar, tudo me fazia ter alguma ideia pra escrever. Peguei um caderno e escrevi "Em branco" e levantei pra postar no blog. Matei o que estava me matando e voltei para a cama umas 04:-- e mesmo assim não consegui dormir, não por muito tempo. Meu Deus, eu acho que isso ta me deixando louco, sem controle, tudo eu quero escrever, todos os momentos, tudo o que eu vejo eu quero transformar em palavras escritas pra postar aqui. Sei la, me da um prazer diferente, me faz sentir feliz, leve. É como se eu estivesse contando/narrando para alguém e ao mesmo tempo para o mundo todo. Só não quero que isso me atrapalhe, não mesmo, porque quando eu me entrego à alguma coisa, eu me entrego por completo, me jogo mesmo, sem noção da hora de dar um basta, um chega. STOP.
Até tava pensando em juntar um grana pra comprar um notebook pra escrever seja la onde eu estiver. *medo de ficar doentio* (aokspaskpaoksa).

Tá... agora eu vou assistir o resto da aula de matemática!!


domingo

- Em branco -

Já conheci tantas pessoas, pessoas que eu já conhecia e que ao mesmo tempo não sabia o que elas eram por dentro, nem elas sabiam quem eu realmente era, nem sabem.
É, eu já fui Leandro, André, Carlos, Marcos e vários outros nomes e tudo isso para conseguir novas histórias, novas vivências, novas personalidades.
No chat você pode ser qualquer pessoa, falar qualquer coisa, conseguir o que quiser e se pedirem o msn é fácil, só fazer um fake como eu fiz várias vezes. Acho que não dá pra imaginar o tanto de coisa já li, tudo o que me contaram. Confissões, segredos e muitas outras coisas. Eu sei a identidade secreta de muito neguinho que anda por aí dando uma de gostosão ou ona. Mas fiz tudo isso pra um dia quem sabe escrever sobre o assunto, contar as coisas mais doidas que eu escutei ou li etc.
No fundo é divertido. Eu não vou mentir, dei muita risada, mas também tem coisas tristes, não tristes pra fazer chorar, mas sei la, é estranho ler algumas coisas que as pessoas falam.
Eu sei que algumas também fingem ser o que não são online, mas, eu acho que no fundo todos os que fingem ser algo que não são sem um propósito lógico e concreto tem desejo/vontade de ser o que fingem.
Quando é alguem que mora perto ou eu conheço, eu acabo mostrando quem eu sou, mando o orkut e tal, é legal, só assim sua lista de amigos do orkut fica bem variada. (hehehe)
Mas nunca, nunca, nunca eu diria/revelaria nada sobre ninguém(a não ser para os meus amigos!!!). Mesmo assim depende ao cubo, porque super me preocupo em nunca prejudicar ninguém.
Em breve quem sabe eu escreva aqui algumas coisas que eu ja li/ouvi e vi por aí. É quem sabe?(Claro que sem revelar nomes, até porque eu nem lembro de todos.)


- Linhas paralelas -

-Passa tudo - disse pressionando a barriga do outro com um revolver - Rápido.
O homem tremia como se alguém o estivesse sacudindo. E no desespero correu, ou melhor, tentou, a bala estourou na perna, mas ele não desistiu de correr, de tentar se salvar. E quando olhou em volta tudo estava girando, tudo estava embassando. O homem que o perseguia não era o mesmo, sua cara parecia deformada, sua voz parecia mais grave que antes. Então não aguentou mais a pressão que o ar estava exercendo sobre o seu corpo e desmoronou no chão.
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Era só mais uma tarde de domingo chata e sem nada pra fazer. A praça não estava muito vazia quando ele pisou com o pé esquerdo na beira da calçada, mas mesmo assim ele se sentia só. Não queria ir ao cinema sem companhia, não tinha com quem sentar em um dos bancos da praça e conversar até anoitecer, não tinha muitos amigos e os que tinha estavam coincidentemente ocupados quando ele ligou para os convidar para sair. Um sorvete de chocolate talvez o fizesse se sentir melhor, mas ele preferiu pegar de baunilha porque achava que combinava mais com ele: pálido, sem graça e quase ninguém quer. Caminhou em direção a uma fonte em forma de elefante que não jorrava água nenhuma e que o sol fazia com que parecesse uma chapa quente durante a tarde, sentou num banco ao lado do elefante e fixou um olhar em um balão de gas hélio que subia em direção as nuvens e logo em baixo havia uma criança pulando desesperadamente tentando o pegar de volta. Lembrou de sua infância que jamais voltaria, de sua adolescência, de suas experiências de adolescente e de todas as coisas que ele se arrependia de nunca ter tido coragem de fazer. Lembrou de Amanda, seu primeiro amor, seu primeiro sofrimento. Nunca teve coragem de dizer se quer um oi para ela. Mas isso nem importava e o sorvete ja estava totalmente derretido e escorrendo pela mão e pelo braço, ele se assustou ao olhar as horas e o tempo ele tinha estada parado ali pensando em coisas do passado, uma coisa que ele tinha prometido para si mesmo que jamais voltaria a fazer. O ar estava ficando úmido e ele espirrou. Fazendo com que a casquinha do sorvete escorregasse da sua mão e caísse se despedaçando no chão. Ele deu algumas voltas ao redor da praça observando cada movimento, cada palavra, cada sorriso, cada beijo, cada olhar, cada respiração, cada toque, cada tudo que lembrava alguma página da sua vida. Decidiu parar definitivamente com aquilo e caminhou em direção ao seu minúsculo apartamento, que ficava no corredor de uma rua. A noite estava caindo e ele percebeu estar sendo seguido e pegou as chaves do seu apartamento pressentindo alguma coisa ruim. O homem o abordou puxando-o pelo braço e colocando uma arma de fogo em sua barriga.
-Passa tudo - disse pressionando a barriga do outro com um revolver - Rápido.
O homem tremia como se alguém o estivesse sacudindo. E no desespero correu, ou melhor, tentou, a bala estourou na perna, mas ele não desistiu de correr, de tentar se salvar. E quando olhou em volta tudo estava girando, tudo estava embassando. O homem que o perseguia não era o mesmo, sua cara parecia deformada, sua voz parecia mais grave que antes. Então não aguentou mais a pressão que o ar estava exercendo sobre o seu corpo e desmoronou no chão.
Não, ele não acordou. Não na mesma hora. Estava em sua cama, cabelo bagunçado, o lençol da cama totalmente fora do lugar e a luz da caixa de mensagens do telefone piscando. Uma nova mensagem:
"Leandro, você não vem? Estou te esperando a quase meia hora e você ainda não apareceu. Me liga imediatamente, beijo."
Ele pulou da cama como se estivesse deitado por cima de pregos, puxou o telefone, discou os números desesperadamente.

Estava tudo bem, foi só mais um dos seus pesadelos causados pelos traumas da adolescência.
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sábado

- O fruto -

Abriu a geladeira e la dentro avistou uma manga, a casca avermelhada, e o cheiro irresistívelmente saboroso. Afastou uma garrafa de Coca-Cola que estava embarreirando a passagem de sua mão e apalpou a fruta macia. Pelo toque ele ja conseguia sentir o gosto doce com uma pitada azeda e a testura da carne da fruta tocando seus lábios. Então ele a agarrou e passou-a pelas cavidades nazais para sentir ainda mais o aroma. Cravou os dentes na casca com violência e começou a arrancar um pedaço pequeno, queria sentir cada pedaço da manga escorregando por sua boca. Uma ferida ja estava aberta e a manga ja sangrava seu suco amarelo quando ele encostou mais uma vez os dentes na superfícia da fruta amarela. Dessa vez ele sentiu os dentes roçando no caroço e o suco escorrendo pelo canto da boca.
-Huuum, que delícia. - o homem gemia de prazer.
A fruta ja estava cheia de feridas e fraturas espostas, mas o homem continuava a morder e da boca continuava a escorrer o sangue, e a fruta continuava a exalar o aroma doce. O final ja estava próximo, não precisava se preocupar.
Pedaços da casca espalhados pelo chão, respingos do sangue melavam a porta da geladeira, os dentes cheios dos restos da manga e o caroço jogado na sexta de lixo da cozinha.
Abriu a geladeira novamente, mas dessa vez pra pegar a garrafa de 2L de Coca-Cola e tomar na garrafa mesmo para tirar o gosto da boca, pra não lembrar do sabor do sangue. O cheiro? Ainda podia sentir. Então pegou um incenso de cedro e acendeu perto do local. Saiu andando em direção a sala para assistir um pouco da programação da sua TV a cabo. E quem sabe depois rasgar mais uma pele macia e fria e depois jogar os restos fora.
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- baléla -

Descobri, ontem, que eu consigo sim me divertir sozinho. Sozinho entre aspas porque tinha algumas pessoas lá, mas eu estava acompanhado por mim mesmo. Dancei, dancei, dancei. Ah, valeu a pena. Quando saía todo mundo eu sentava nos banquinhos e deixava os mosquitos chuparem um pouquinho do meu sangue. Mosquito, acho que era a unica coisa que lotava aquele salão! aokspaksopaksaspoakosp... Além de mim e uma tiazinha que dançou um tempão comigo lá e depois decidiu doar um pouco do seu sangue para os mosquitos. A noite acabou às 04:4-, e o final foi o mesmo, cama(sozinho)!
Queria escrever alguma coisa legal aqui hoje mais to sem inspiração, acho que hoje ela resolveu sair um pouco da minha cabeça cheia de conflitos pra se divertir um pouco em algum lugar além do arco-íris. Putz, além do arco-íris é foda! Outra coisa... tava pensando nesses negocios de lenda que o povo inventa e tal, é cada uma mais tosca que a outra cara!! Aquela do ouro no final do arco-íris etc... cara, nada a vê aquilo, acho que nem a XUXA acredita mais nisso... só em duuueeeeendeees! aopsakspoaks... quem assistiu esse filme tosco? Porque eu assisti, no cinema! Claro que a muito tempo atrás, aliás, quando a gente é guri a gente gosta de tanta porcaria. Vei quando eu lembro que eu gostava de Sandy&Junior, puro lixo atômico(desculpem os fãs, é minha opinião!), e ainda mais o filme tosco que eles fizeram, que eu também assisti! :/

Então... acho que vou procurar a senhora inspiração por ali e se ela decidi voltar para minha confusão cerebral...
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sexta-feira

- O beijo de despedida -

Um olhar perdido, um filme rodando na cabeça, talvez vários ao mesmo tempo. Talvez só esteja perdido. Um olhar que cruza com milhões enquanto espera no ponto de ônibus sentado, não no banco, no chão. Milhões de mundos no olhar, milhões de olhares num só mundo. Não, ele não é como qualquer outro, afinal no chão não se senta, só se pisa. Mas ele ta no chão. Então que pisem nele também, é o que dizem os que nem se importam com o gênero do filme. Os som das pegadas soa como badaladas de um sino em Notre Dame. Então ele decide mudar a direção do olhar, mudar o filme talvez, mudar a trilha sonora, e sai passeando pela calçada como se estivesse vestido para um baile. Olhares de nojo, descarte, preconceito, os piores. É, ele sente cada um desses como mais uma facada no estomago vazio. Vazio a tanto tempo, que ele nem sente, a dor ja é uma companheira de vida, a fome é só mais um espinho na barriga. O outro lado da rua o convida pra mais uma tarde de bate-papo, e ele aceita. A faixa de pedestres lhe deseja um bom dia, e o carro o faz aceitar um beijo de despedida e acelera pra que não seja culpado pelo atropelamento.
-Ah - diziam os que passavam - é só mais um mendigo bêbado e sujo!
Mas era uma vida, uma vida bêbada, mais uma vida.
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