domingo

- deja vú -

Mais um dia de confusão dentro da minha cabeça
Tem horas que eu quero jogar tudo pra cima, tudo
Nada nela faz sentido, o que eu posso fazer?
Não tenho ninguém em quem confiar
Não tenho ninguém para amar
Acho que eu não tenho nada
E eu sinto falta de ter
Acho que um dia ja tive e joguei fora
Eu sempre penso em tudo o que ja fiz e disse
Se eu pudesse voltar... não mudaria
Se eu pudesse mudar... não voltaria
Minha vida ta parecendo mais uma máquina, só registrando
Eu não influencio em nada em mim, eu não me sinto eu mesmo
Eu queria poder abrir os braços e correr, gritar, voar pra um lugar onde eu me sentisse melhor
Eu queria ter alguém que fosse um pedaço de mim
Alguém que eu pudesse ser um pedaço
Eu queria amar
Eu queria sentir o amor, queria saber se eu posso amar
Será que eu posso? Será que eu devo?
Alguém pode ajudar a descobrir o amor dentro de mim?

quinta-feira

- Maldita distancia -

Essa longa estrada que nos separa
Essa atração que nos amarra
Desistir não é opção
Amor, desejo, tentação
Dos lábios o sabor
Da pele o calor
As mãos deslisando pelo corpo
No pé do ouvido um suspiro, um sopro
Luxúria, beijos, mordidas
Pescoço e pernas lambidas
Maldita distancia entre nós
E ainda nem posso usar a minha voz

sexta-feira

- Ponte -

Esperando por algo diferente
Olhando para o horizonte
Esperando a água tocar meus pés
Será que nada muda? Será que ninguém olha? Ninguém vê?
Estou esperando o quê?
"Mergulhe, mergulhe"
Não quero sair, também não quero ficar
Não, ninguém pode sentir isso por mim
Não tente responder as perguntas que você fez pra mim
Eu não sou como você
Não adianta
Eu não vou sentir isso, eu sei
Meus sentimentos não podem ser decifrados, eles mudam a cada segundo
Meu humor é tão mutável
É melhor você não insistir, eu não gosto de machucar pessoas que eu amo
Chega de insistir ta bom? Eu não quero ouvir
"Eu tento te ajudar, você não parece querer ajuda"
Eu não quero, não dessa forma, essa não é a melhor
"Por que você não tenta mudar? Por que não tenta mudar de lugar?"
É isso que eu quero!
Sair daqui, morar em outro lugar
Quero fazer novas amizades, conhecer outras pessoas
Eu não me sinto feliz aqui
"E os seus amigos?"
Acho que não são isso de verdade, só sabem apontar
"Seus pais?"
Tentam ser o que nunca foram, meus amigos
Quer saber? O mar está me esperando
"Não, não desista agora"
Eu não estou desistindo, estou mudando de lugar, mudando o meu amanhã.

- 2 / ? -

Super fiquei sem reação. Eu não imaginava que ela fosse falar comigo.
Levantei da calçada e andei em direção ao final da rua pensando “Será que o carro ainda está por aqui?”. Mas não estava. O tédio já estava me possuindo completamente, eu não tinha pra onde sair, nem com quem. Então eu decidi andar pra qualquer lugar até tomar uma direção certa. Acabei parando na orla, sentado em um dos bancos, olhando para o rio que passava. A noite já estava quase tomando conta do céu, os postes começavam a acender, eu me levantei e fui comprar um picolé. “Chocolate, por favor.”.
Uma semana se passou e nenhum sinal dela, nada. E eu lá morrendo de ansiedade, com frio na barriga toda vez que eu via um carro entrando na rua. Se não estivesse de férias seria mais fácil não ficar esperando, teria o que fazer todas as tardes. Até que uma noite o tão esperado carro rolou sua rodas pelos paralelepípedos da entrada da rua e estacionou na porta da casa, logo atrás vinha um, dois, três... vários caminhões de mudança. Meu coração disparou, não sabia o que fazer, se entrava em casa, se passava pelo carro fingindo que estava só passando, ir lá mesmo na cara de pau e ver se ela estava por lá. Decidi ficar espiando pelo portão da minha casa esperando que ela saísse do carro, mas... ela não saiu. Quanto tempo mais eu teria que esperar pra vê-la de novo? Quanto tempo eu iria agüentar? E se minha expectativa fosse em vão? Por que ela não veio? Por que? Quando? Interrogações não faltaram.
Eu sentei na calçada esperando que acontecesse a mesma coisa que aconteceu da ultima vez que eu me sentei ali, mas não adiantou.
Acordei bem cedo e fui correr como todos os dias. Na volta parei na frente da casa, a janela de um dos andares estava aberta, fiquei um tempo observando como se estivesse esperando minha musa aparecer. Virei em direção ao final da rua e dei uma última espiada na janela. Estava lá, um vulto com longos cabelos passou pela janela. Era ela, eu podia sentir.
*Continua*
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Clique aqui para ler a primeira parte. :D

- Me dá o troco? -

Rodando pela internet eu achei uma notícia que me fez refletir o quanto o ser humano pode ser fútil, irracional e egoísta quando quer alguma coisa que só vai beneficiar a ele mesmo. A noticia falava sobre um cara que arrematou, em um leilão, um desenho de Ursinho Pooh por "apenas" US$ 50 mil, só para agradar a sua esposa que é fan da série.
Fútil? Eu acho que ainda é pouco. Por mais que no amor e na guerra todas as armas sejam validas, pagar esse absurdo em um desenho para dar à esposa é mais absurdo ainda. Consideremos que uma mulher adulta, em sã consciência, não pediria ao marido um desenho, que na verdade é uma réplica, de um série direcionada para o público infantil. Ela podia ter pedido qualquer coisa!!!!!! 1200 roupas novas, 30 carros da última linha, QUALQUER COISA!

O cara também não parece muito inteligente ? Até porque se fosse, gastaria o dinheiro com algo com que fosse lucrar, se beneficiar, alguma coisa importante ou até mesmo ajudar seria muito mais interessante para a imagem dele.

Pessoas assim só mostram como estão se tornando cada vez mais superficiais, sem interesse no que realmente importa para todos nós hoje em dia. Gastar a fortuna com coisas do tipo "vou botar na parede pra fazer inveja às minhas amigas peruas" não mostrou só que eles são ricos, mas também a falta de racionalidade.

É incrível como não aparecem almas bem intencionadas a gastar suas verdinhas com assuntos importantes. Enquanto uns compram quadros por fortunas, outros tentam salvar o mundo com esmolas.

terça-feira

- 1 / ? -

Então estava eu sentado na beira da calçada sem saber pra onde ir. Quando eu digo sem saber, é sem saber mesmo. O sol estava se pondo e o céu estava alaranjado, os pássaros passavam por cima do fios, os carros estacionavam na frente das casa ou entravam nas garagens, as empregadas andavam de volta para suas casas e um cachorro perseguia uma delas latindo sem parar.
Um carro qualquer entrou na rua e eu me virei mecanicamente para olhar. Não, não era um carro qualquer, não depois que ela desceu e olhou pra mim com um olhar de desprezo. Seus cabelos pintados de amarelo, sua pele branca, seus olhos negros contornados com lápis preto e de repente um sorriso nos lábios, um sorriso que me deixou com mais cara de besta ainda. "Quem você é?" eu pensei alto. Eu podia responder, pelo menos eu achava. Era a mais linda que eu já tinha visto em toda a minha vida, perfeita (pelo menos pra mim). Eu desejei que ela fosse morar ali, eu desejei poder vê-la todos os dias mesmo que nada acontecesse entre nós, eu desejei ao menos mais um olhar, seja la do que ele fosse, eu desejei tudo o que eu podia ter desejado naquele momento.
Ela saiu da casa com o cara que dirigira o carro, eu supus que fosse seu pai, e descolou a placa de vende-se da parede, jogou-a no chão e logo em seguida olhou pra mim. O homem a chamou e ela entrou no carro, abaixou o vidro e balançou a mão para mim dando tchau e disse:
-Até logo.
Eu só levantei a mão.

*Continua*