quinta-feira

Me livrarei de tudo o que não me serve mais nesse novo ano. Vou escrever uma nova fase de mim mesmo. Serei direto, tentarei agir com a razão e não me farei tão mal. Se é pra renovar, renovemos tudo.

Tiremos todos os lençóis sujos e lavemos de um só vez. Assim não teremos do que reclamar no quinto dia da primeira semana do ano novo.

Isso. Caiam todos fora.

quarta-feira

Me precipitei dizendo “nunca”. Um outro ano se escreveu na minha história e ainda existem fatos e acontecimentos que não me descem pela garganta. Pessoas que parecem que não existiram e que em certo momento fiz questão que ficassem marcadas. Por fim ficaram perdidas em alguma esquina do tempo. Do meu tempo.

terça-feira

Se antes de cada gole eu pensasse, resolveria não pensar. Se antes de cada passo olhasse pra onde piso, resolveria não pisar. A cada piscada vejo um mundo que não conheço de verdade. Que mata a cada escolha, que me fere e me cicatriza.

Olho para o que fiz, mesmo querendo não olhar. Na verdade não me arrependo. Queria ter feito mais... coisas que ainda posso fazer. Mas não sei se devo, se ainda fariam comigo.

Me abro as coisas e me torno uma antena que capta sinais contrários, que as vezes só me enfraquecem e destroem. Erros. Fantasmas. Escondo-os no porão. Mas as correntes são arrastadas mesmo assim.

Medo. Doe. Sempre doerá.

Amor. Fere. Ama. E sempre doerá.

Nunca será bom por completo. O real o parte em dois. Em três. Um chão sem fundo. Sem definições e sem limites.

quarta-feira

Imaturidade

As vezes a gente diz que nunca vai falar de amor
Mas é tão dificil não falar de uma coisa que está na maioria dos lugares
Isso me enjoa
Mas, no final de tudo, mesmo quando a gente tenta esconder...
Fica sempre parecendo que queremos que alguma coisa não seja vista
Não seja descoberta
Como um ponto fraco
É, eu não gosto de falar disso
Pois quando se trata desse tipo de sentimento
Eu nunca me dou tão bem quanto acho que deveria

Admito que seja bom
Mas também tenho consciência do tamanho da ferida que pode ficar
Após querer a pessoa errada

Falando em querer
Parece-me algo apenas fisico
Mas se amamos
Ou mesmo sendo apenas uma paixonite ridicula que passa em semanas
Queremos o corpo
O toque
O cheiro
Cada pedaço de pele que um dia não irá mais existir

Aproveitemos
Penso na dor como uma consequência que tenho que aceitar e superar
Apenas penso
Nunca consegui aceitá-la
A minha intolerância à frustrações me faz gritar e arrancar os pedaços da parede
Mas o que eu posso fazer?
Me trato por dentro, por fora
Olho no espelho e vejo todos os meus poros se debatendo
Lutanto por liberdade

Quero romper
Correr sem direção
Mais na frente eu decido pra que lado vou
Ou então me perco
Me corrompo
E volto pro mesmo lugar
Com as mesmas indignações, indagações
Falta de maturidade

terça-feira

Me sinto alheio, jogado, vagabundo e sujo. Desgarrado de qualquer sentimento que possa vingar. Não me sinto capaz de amar quem está ao meu lado. E quando sinto-me capaz me vejo perdido.

Porque insisto nessa coisa horrorosa que é se atrair pelo impossível? Algo dentro de mim diz pra continuar... fingir que não percebo, que nem sequer estou olhando. Mas paro por um segundo e penso o quão difícil é não ser percebido.

Que vai doer eu já sei... nem me questiono mais sobre essas coisas de machucar, sangrar e ter que esperar cicatrizar. Bobagem. Por mais que machuque... quero apenas poder viver, tocar, sentir como é a pele, a temperatura e a respiração.

E se me jogar fora depois? Saiba que não está tudo bem... ainda não criei defesas suficientes para superar essas circunstancias tão facilmente. Mas não pensemos no depois. Ok?

Nesse momento queria não querer algo que não posso. Queria deixar os mosquitos me sugarem até a ultima gota. Afinal, eles pelo menos estão utilizando de verdade o meu sangue. Que fiquem com ele então.



Ps.: não me sinto muito confortavel com esse post.

Estou de luto. Luto do qual não sei se sairei ou se quero sair. Luto não só de vestir preto, mas de vestir qualquer cor e não sentir-se adequado a nenhuma delas.

Acho que não luto nem lutei o suficiente pelo o que quero. Talvez por saber que não vou conseguir. E sem esse pedaço nada valerá a pena.

Amanhã tudo isso terá passado. Depois de amanhã voltará, mais forte talvez. É um ciclo. Um circulo de fogo que vai cauterizando paulatinamente os sentimentos. Modificando-os. Não deixando que sejam os mesmo nunca mais.

Se chegar aos sessenta, serei mais duro que minha cara de pau. Como posso ter a ousadia de ainda sentir isso? Puno-me. Rasgo meu cérebro em trilhões de pedaços para parar de sentir. Ele se regenera.

E eu, andando pelas ruas com cara de nada, ainda me vejo procurando um rosto onde não tem. Esse rosto de duas ou mais caras. Que late, morde, lambe e não decide se prefere ferir por diversão ou deixar que alguém o abrace.

domingo

Era apenas um menino...

Era apenas um menino. E por ser apenas um menino não entendia muito bem as coisas. Quando alguém ensaiava dizer-lhe um não, chorava. Na verdade morria um pouco mais por dentro quando sentia que queria algo que não podia sequer desejar.

Não se pode querer tudo. Isso se descobre quando fere. O sangue de uma paixão frustrada é o pior acido que pode percorrer nossas veias. Queima, arde, marca e demora, quando deixa, a cicatrizar.

O menino não entende por que seu peito dói quando vê aquela determinada pessoa parada ao seu lado e não pode fazer nada. Não pode nem pensar em dizer o que sente. Pode perder as esperanças e os pedaços de um sonho já construídos podem desmoronar-se e mais uma vez a escuridão tomar-lhe as emoções. Pode mais uma vez tornar-se escravo de suas lagrimas, travesseiro e pensamentos tristes e paranóicos.

“E se...” Enche o peito de esperanças a pobre criança presa num corpo maior que o adequado. Esperança. Uma palavra que não se encaixa nessa historia. Se ela existe é para deixá-lo bem e fazê-lo pensar que pode, ao fim de tudo, ainda sorrir verdadeiramente.

Não se conforma em ter que conformar-se. Por fim dorme. Acorda. Dorme. Acorda e dorme ao mesmo tempo. Já não sabe o que é realidade, o que é desejo e o que sente. Se aquele misto de amor e paixão conseguiria realmente arrancar com as unhas pequenos pedaços de pele das costas daquele objeto fixado em sua mente.

Tentou fechar os olhos e voltar. Voltar para quando não trocavam palavras, quando suas digitais nunca tinham se encontrado. Mas não podia. Não pode voltar. O tempo corre e atropela o coração. O sangue, onde estava registrado o ultimo olhar, mistura-se com uma única gota de saliva gasta para dizer seu triste epitáfio: Estou morto por dentro e o que resta não importa. Observo-o de longe, não me machuco mais. Nada sinto.

Sei que é cedo
Para dizer que alguém me faz sofrer
Mas sei que é tarde para não dizer
Como gostar de alguém?
Como se apaixonar por alguém?
Eu sempre soube que doeria
Mas não pude evitar
Nunca pude, não posso

Grito ao mundo o falso forte que sou
Mas quando escrevo minhas fraquezas tornam-se água
Escorrem por entre as palavras
Não consigo esconder (de mim mesmo)
Não consigo não pensar
E não me venha dizer que é pra tentar
Pois de tentações vivo eu

Tento, não consigo
Durmo para fugir
Anestesio com os sonhos
E quando acordo doi mais ainda.

quinta-feira

Achei que...

Hoje passei o dia pensando naquilo que peço - a mais de dois anos - a Deus que aconteça. Tudo isso por causa de um sonho que me invadiu durante a tarde só para me lembrar oquanto eu fico infeliz quando penso nesse assunto. Me fez matar a saudade do toque que nunca senti, do sorriso que nunca presenciei, da felicidade que nunca provei.
Nesse sonho tudo era lindo (mesmo sendo no lua que moro- e odeio morar). Não era como um filme. Era real, surreal. Eu não queria mais acordar. Queria viver naquela ilusão. Pelo menos eu estava com quem sempre quis estar. Sorrindo, amando e sendo eu mesmo.
Talvez eu goste de sofrer e realmente precise chamar atenção. E para tudo isso deve existir uma razão. Mas não consigo e importar comigo quando lembro/penso/sonho/vejo qualquer coisa que me faça voltar à época em que poderia ter feito tudo dar certo e simplesmente disse que não podia continuar.
Eu, realmente, espero realizar. Mesmo que demore meia vida. Juro que não morro antes disso. E se tiver passado todo esse tempo numa simples observação de estrelas e as coisas não forem como eu penso... espero ter bolado um boa saída.

domingo

Por que eu temo tanto isso?
Quero conseguir seguir sem ter medo
Abraçar e não pensar no que vem depois
Aprender com cada um dos meus e os de cada um
Medos, erros, cortes
Reviver cada um se for preciso
E não gastar as minhas energias sofrendo por causa deles

Não quero ter que fingir que odeio pessoas
Goste de vez ou odeie
Quero poder me entregar de verdade
Mesmo que me custe caro depois
Mas que passe... e cicatrize

Eu beijo de verdade, mas não falo claro
Falasse se tras frente de para claro seria
Não vou precisar de algo que me faça parecer fora da realidade para falar o que é real.

sexta-feira

Passei quase 1 hora e meia em pé num banco esperando a minha maldita senha de número quartorze ser berrada pela atendende. Depois de algum tempo observando o comportamento dos animais de mesma espécie que eu, um sentimento terrivel e ao mesmo tempo relaxante me veio. Primeiro entrou uma moça loira e com uma enorme bunda. Sentou sua enorme bunda numa cadeira distante de mim e lá ficou por um tempo. Passados uns dez minutos a moça e sua enorma bunda andaram em direção à saida... enquanto isso os machos olhavam, cossavam os sacos e comiam a moça com os olhos. Quando o ultimo pedaço da enorme poupança sumiu de vista, como se chamados pelo instinto e sabendo que os outros (literalmente machos e nada mais, com direito a calças e cabelos ridiculos e tudo mais que existe no mundinho deles) também estavam gozando, dentro de suas mentes, no estreito orificio entre as pernas na donzela, viraram-se uns para os outros e começaram a comentar, como se ninguém mais estivesse ouvindo, sobre o enorme pedaço de carne e gordura grudado na parte traseira da moça. Ainda bem que eu estava distante e não consegui ouvir. Sei que depois disso, eu, que ja estava com uma cara de pouquíssimos amigos piorei ainda mais.
Voltando a falar do sentimento que me possuiu e continua dentro de mim nesse mesmíssimo instante, ele tomou conta. Depois que as conversinhas em torno da bunda cessaram, passei a imaginar todas as maneiras de matar aqueles caras - todas as em que eles sofreriam muito, é claro. Amarrar e cortar os dedos - falange por falange -, cortar o pau bem devagar, arrancar os testiculos, etc. Foram tantos modos e pude ver a cara de sofrimento de cada um. O gordo cabeludo então foi o meu preferido. Adorei matar ele várias vezes. Tanto sangue... tantos gritos. Depois disso comecei a me imaginar matando todo mundo que estava ao meu redor e isso me relaxou. Imaginei cada um sendo espancado e torturado das mais violentas e dolorosas formas. O tempo passou tão rápido que o que eu achei que fosse demorar um século acabou num minuto. 9, 10, 11, 12, 13 e então era a minha vez. Olhei para a atendente e no mesmo instante a imaginei amarrada e sendo torturada. Que terrível.
A moça da bunda ja tinha ido embora, os machos ridículos e desprezíveis perderam sua vez falando sobre a bunda e eu, que os tinha matado em minha mente milhares de vezes e de n formas diferentes, passei na frente e fiz o que tinha que fazer. Eu e a minha enorme cara de psicopata (isso tava tão grave que um gentil moço sentado numa cadeira distante olhou para mim, forçou um sorriso e se escondeu com medo) . Entediado e morrendo de vontade de ficar mais um pouco alí, imaginando e me libertando.

quarta-feira

Ainda dói.

Não faço ideia do que me faz ficar assim
Ja nem tenho mais unhas
Já ouvi todas as musicas tristes que tinha pra ouvir
Andei, pensei
Mas não consegui chorar pra fora
Tudo fica por dentro
E acaba doendo mais
E eu não sei o que me faz ficar assim

Fiquei perto de quem desejava
E de quem não era pra ter ficado
Errei? Talvez
Talvez tenha esperado demais das pessoas
Isso sempre acontece
E sempre me dói por dentro
Depois que não recebo o que esperava

Ri pra não gritar
Dancei pra não correr
E menti pra não magoar
Quem eu sei que realmente está comigo