terça-feira

Se antes de cada gole eu pensasse, resolveria não pensar. Se antes de cada passo olhasse pra onde piso, resolveria não pisar. A cada piscada vejo um mundo que não conheço de verdade. Que mata a cada escolha, que me fere e me cicatriza.

Olho para o que fiz, mesmo querendo não olhar. Na verdade não me arrependo. Queria ter feito mais... coisas que ainda posso fazer. Mas não sei se devo, se ainda fariam comigo.

Me abro as coisas e me torno uma antena que capta sinais contrários, que as vezes só me enfraquecem e destroem. Erros. Fantasmas. Escondo-os no porão. Mas as correntes são arrastadas mesmo assim.

Medo. Doe. Sempre doerá.

Amor. Fere. Ama. E sempre doerá.

Nunca será bom por completo. O real o parte em dois. Em três. Um chão sem fundo. Sem definições e sem limites.

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