domingo

Era apenas um menino...

Era apenas um menino. E por ser apenas um menino não entendia muito bem as coisas. Quando alguém ensaiava dizer-lhe um não, chorava. Na verdade morria um pouco mais por dentro quando sentia que queria algo que não podia sequer desejar.

Não se pode querer tudo. Isso se descobre quando fere. O sangue de uma paixão frustrada é o pior acido que pode percorrer nossas veias. Queima, arde, marca e demora, quando deixa, a cicatrizar.

O menino não entende por que seu peito dói quando vê aquela determinada pessoa parada ao seu lado e não pode fazer nada. Não pode nem pensar em dizer o que sente. Pode perder as esperanças e os pedaços de um sonho já construídos podem desmoronar-se e mais uma vez a escuridão tomar-lhe as emoções. Pode mais uma vez tornar-se escravo de suas lagrimas, travesseiro e pensamentos tristes e paranóicos.

“E se...” Enche o peito de esperanças a pobre criança presa num corpo maior que o adequado. Esperança. Uma palavra que não se encaixa nessa historia. Se ela existe é para deixá-lo bem e fazê-lo pensar que pode, ao fim de tudo, ainda sorrir verdadeiramente.

Não se conforma em ter que conformar-se. Por fim dorme. Acorda. Dorme. Acorda e dorme ao mesmo tempo. Já não sabe o que é realidade, o que é desejo e o que sente. Se aquele misto de amor e paixão conseguiria realmente arrancar com as unhas pequenos pedaços de pele das costas daquele objeto fixado em sua mente.

Tentou fechar os olhos e voltar. Voltar para quando não trocavam palavras, quando suas digitais nunca tinham se encontrado. Mas não podia. Não pode voltar. O tempo corre e atropela o coração. O sangue, onde estava registrado o ultimo olhar, mistura-se com uma única gota de saliva gasta para dizer seu triste epitáfio: Estou morto por dentro e o que resta não importa. Observo-o de longe, não me machuco mais. Nada sinto.

3 comentários:

Anônimo disse...

Muito bom Lucas, garoto de talento vc =)
by: Raysa Lima

GustavoSilva disse...

Gostei muito do texto,parabens!!


http://tecnojogosbr.blogspot.com/

Andre Mansim disse...

O problema é quando nós adultos damos uma de meninos